sexta-feira, 15 de outubro de 2010

COMEMORAR O CENTENÁRIO DA REPÚBLICA


A veia republicana do trisavô Francisco Correia de Herédia, família Herédia, fundador do concelho da Ribeira Brava, Madeira, deputado governador de vários distritos, formado em Letras, o gosto pela escrita, veia do nosso avô, bisavõ,inigualável no seu tempo e dramaturgo de excelência, Alfredo Cortez ...

5 de Outubro de 1143 - Tratado de Zamora, Independência de Portugal, Início da Monarquia 5 de Outubro de 1910 – Revolução Republicana 5 de Outubro de 2010 - Cem anos de República, Res Publica

2010, UMA DÉCADA DE SÉCULO XXI - Ano de comemoração dos Cem Anos do mais recente período da nossa História. Ano de festejar, de reflectir, de criticar, discutir, confrontar, intervir.

A marcha da Humanidade é todo um caminho de heranças, como uma espiral em que os homens, as épocas se revêem, se espelham, se confrontam, contradizem, renascem, fazem e refazem, destroem, constroem, reestruturam e transformam conjuntural e ciclicamente.

“O advento da República foi o momento decisivo de viragem de um Estado arcaico e dependente e o início do processo de transição do regime oligárquico para uma democracia de massas que só veio a florescer, definitivamente, em 25 de Abril de 1974. E se de uma estrutura arcaica passamos para uma estrutura e regime democrático, republicano é tempo de reflectir não só no “momento decisivo de viragem de um Estado arcaico e dependente e o início do processo de transição do regime oligárquico para uma democracia “mas em todo o percurso do Homem português.” (1)

Os tempos da 1ª a República, Res Publica, coisa pública e de todos, marcados pelos ideais da Revolução Francesa, pela paixão, extremismo, reformas, paradoxos, e convulsões enquadra-se num período de lutas imperiais geo- políticas, forte nacionalismo, grande confrontação social, radicalismo e tensão na Europa, no Mundo que daria origem à primeira Guerra à escala mundial.

A Revolução Francesa marca o início da época em que vivemos, a Idade Contemporânea. Da Monarquia Liberal, Constitucional Francesa, à Portuguesa, às republicas norte americana e outras os ideais da Liberdade, Igualdade, Fraternidade semearam, fizeram surgir novos regimes, sociedades mais democráticas, fraternas mas ainda longe de perfeitas.

E a Revolução Francesa, não terá a sua origem remota, nos ideais longínquos, intrínsecos ao Homem, intemporais? Não os podemos vislumbrar no Ilumunismo, na herança Antiga, greco-romana, no longo período medieval, senhorial, vassálico da alargada família e sociedade feudal, das cortes, das corporações… no Humanismo, Reforma e Contra- Reforma, Cristianismo, Catolicismo, Revolução Cristã e seus movimentos , nas marcas e traços germânicos e de outros povos que fariam cair o Império Romano e dariam origem a uma nova etapa, tão diferente?

A fundação do convento do Monte Cassino, de S. Bento, é um dos pontos fulcrais, de viragem de uma nova era, a Idade Média. Inicia-se um período de forte, determinante presença e domínio da Igreja Cristã, Católica, na sua multiplicidade, pluralidade, faces, actuações, será também o período de reforço do poder político, das lutas entre o poder laico, político e espiritual, do cavaleiro, cortesão, do espírito de cruzada ou mendicante, conturbado e riscado por trágicos momentos, guerras prolongadas, pestes, fomes, servidão, revoltas populares, burguesas, movimentos reformistas, de rotura, de contestação , heresias…mas se lhe chamaram”Tempo das Trevas” não deixa de ser período demoradamente, vincado e vitalizado por tempos áureos, brilhantes, cortes sábias, florescentes. É a Europa das Catedrais, dos mestres, dos alquimistas e boticários, de doutores da Igreja, das Universidades. Passo, percurso para a Idade Moderna…a Renascença , a Expansão, que rasgou mares, abriu o Mundo e aproximou lugares, povos e culturas. A História de Portugal, da Europa Cristã projectou-te, alastrou e marcou o Mundo.

“Um século depois do 5 de Outubro é tempo de reflectir sobre a herança cívica, democrática e cultural deixada pelos pioneiros republicanos e depois cimentada por décadas de luta e resistência, até ao seu pleno florescimento e maturação”(1)

“Confrontar a 1ª República, do início do século XX e do início do século XXI em função de problemáticas que discutem a natureza da res publica e das heranças sociais da República. (…) As causas públicas, a sua emergência e vitalidade comunitárias estão necessariamente presentes nos actos do mais íntimo ao mais político (…) sem que a ilusão da intenção socialmente interventiva se subtraia ao determinismo individual. As duas primeiras décadas do século XX em Portugal foram prolíferas em crítica satírica, em humor esclarecido e em desafios lançados à perspicácia social de uma elite. A primeira década do século XXI tem sido igualmente prolífera em esbanjamento crítico, de muito diversas tipologias, dirigido à decifração multi-modal de um público alargado.”(2)

“Nos últimos anos da Monarquia já havia uma espécie de República em Portugal, embora com um Rei”(…)”Desde 1834, com a tomada do poder , os liberais tinham provocado uma enorme revolução social, minaram o poder da aristocracia (…) Portugal era, como muita gente dizia, “uma monarquia sem monárquicos”ou uma “República com um Rei” (3)

Milhões de passos da Humanidade, milhares de anos de História do Homem Peninsular, Português, talvez altura de pensar e relembrar a herança Antiga, Cristã, Monárquica, Republicana. Cem anos de República, cerca de 800 de Monarquia, da História de Portugal, na Europa e no Mundo. Observar, reflectir, criticar, intervir, responder atenta e esclarecidamente aos desafios da sociedade, de agora, hoje.

(1) Exposição Viva a República, Cordoaria Nacional, (2) Exposição Res Publica - 1910 e 2010 face a face, Fundação Calouste Gulbenkian. www.centenariorepublica.pt/conteudo/exposicaorespublica,

(3) Revista Sábado, nº 334,Set. 2010,Ensaio de Rui Ramos

(4) José Fanha, Era uma vez a República, 2010, ed. Gailivro

Beijinhos para todos

Bábá

PS- Escrevi para o jornal do Colégio um artigo ainda maior sobre o centenário e uma visita a uma exposição, a da Cordoaria Nacional, Viva a República, onde fui com duas turmas de 5º ano, e com partes, comentáriosbons e engraçados de alunos. Para os que quiserem ,tiverem tempo, paciêcia para ler.

11 comentários:

  1. República?
    Tal como o Alberto João Jardim, aguardo pela IV República para ver...
    Da 1ª e a 3ª, estamos falados...
    Política no blog, pode não ser o tema mais consensual...
    Bjs

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  2. NÃO É POLÍTICA NENHUMA, MANEL.
    Lol.
    E porquE não debater, falar pacífucamente sobre a História?A ACTUALIDADE?
    TIVE PREOCUPAÇÃO DE DEIXAR, INTERROGAÇÕES, TEXTO ABERTO.Várias fontes...
    bjs
    BÁBÁ

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  3. Posso fazer tudo isso...
    Mas não aqui no blog! Há várias sensibilidades na Família...incluindo a minha, claro...
    Bjs

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  4. Manel,
    o nosso blog é (e tem que ser) aberto à participação e contribuição de todos.
    Não há como ferir sensibilidades com um texto inteligente e aberto como este. Acho que não podemos ter nenhum tipo de censura, mesmo porque o artigo não defende nenhuma posição política ou partidária. Ainda que o fizesse, seria a posição de um e não a posição oficial do blog, não é mesmo?
    Mas não é o caso deste, um artigo bem escrito, bonito, de quem entende de história e que nos põe a pensar, para "Observar, reflectir, criticar, intervir, responder atenta e esclarecidamente aos desafios da sociedade, de agora, hoje"...
    Não vamos coibir nenhuma participação e nem opinião.
    De minha parte, fico sempre contente de discernir a discussão sobre a história e a herança de séculos de Portugal.
    Beijos a toda a família.
    Filipa.

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  5. Filipa,
    Não pretendi, nem quiz, ofender ninguém!
    Limitei-me, também, a dar o meu ponto de vista sobre o papel do blog. Para unir a família, assuntos consensuais. Posso estar errado, mas é o meu ponto de vista.
    Não quero de todo que a Babá fique magoada e deixe de aparecer por aqui. E, relendo o que escrevi, não vejo que tenha dado motivo para que tivesse ficado magoada.
    De qualquer maneira, esclarecerei o assunto directamente com a Babá. Por aqui, não. Obrigado pela chamada de atenção.
    Bjs

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  6. A veia republicana do trisavô Francisco Correia de Herédia, família Herédia, fundador do concelho da Ribeira Brava, Madeira, deputado governador de vários distritos, formado em Letras, o gosto pela escrita, veia do nosso avô, bisavõ,inigualável no seu tempo e dramaturgo de excelência, Alfredo Cortez ...

    O avô Alfredo Cortez não tinha rigorosamente nada a ver com a Familia Heredia...
    Confesso que fiquei confusa a ler o seu texto.. ou estou enganada?
    Bjs
    Inês

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  7. Inês!
    O assunto está esclarecido!
    De qualquer maneira, o Avô Alfredo Cortez era tanto teu como dos Herédia!
    Polémicas inuteis para quê?

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  8. 1º-Fiquei baralhada!!
    2º-Então que é feito da Liberdade de expressão??

    3º-Como eu sou ignorante como é que isso? mas o que eu estava a questionar é se o Avô Alfredo Cortez não descende de um Heredia?
    certo...?

    4º- Isto não ofende ninguem nem levanta polemica nenhuma, não explicam!!

    Uma pessoa com interesse pelos ascendentes e ainda leva na cabeça..

    Bjs

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  9. Pestaninha está esclarecido o assunto... o Trisavô é meu, da Bábá,dos primos Cortez da Cunha de Herédia, republicano, o bisavô Cortez é nosso, muito querido bisavô Alfredo Cortez. Podes não gostar do 25 de Abril, na minha família foi festejado com alegria, o 26 ou seja o que se sucedeu a seguir teve aspectos, acontecimentos terríveis, outros melhores,( muitas não correram tão bem...) não correram,como não correm hoje.
    Este texto não é político, é um texto mais ligado à nossa História e pretendia até ser aberto, é nas opiniões como a tua e outras que vão surgindo conclusões, novas ideias e vamos dividindo o que achamos, esclarecendo..até vendo se calhar melhor as coisas.
    Percebeste mais alguma coisa? Ainda baralhada?

    Bjs
    Bábá

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